quinta-feira, 18 de junho de 2009

A volta do vinil: meia enganação!

Esta se falando ai sobre a volta do vinil. De fato várias bandas inclusive brasileiras estão gravando nesse tipo de mídia hoje em dia.
Ontem no MTV Debate, mediado pelo grande amigo e filósofo Lobão, houve o debate com o tema: porque o vinil voltou a moda?
O debate logicamente não chegou a consenso nenhum como é de costume mas entreteu e informou um pouco. Além do mais nesse tipo de coisa (que já não assim tão lógica) é meio difícil chegar em senso comum.
Muitos dos grandes entusiastas dessa volta fenixica (eu inventando palavras denovo) são audiófilos, esses caras tarados por som que normalmente são também nostálgicos e saudosos. Outros são os produtores e gravadores e artistas que vem nisso uma forma de aumentar suas rendas já que os vinis agora são escassos e por isso são caros, e o melhor (para eles), não são copiados com a facilidade das mídias digitais.
A discussão é grande pois envolve muitos detalhes mas eu gostaria de enfocar alguns pequenos.
Os audiófilos estão muito certos no argumento da qualidade, isso é indiscutível. Nos últimos anos tem-se feito propagando de que tudo que e digital é melhor. Isso é errado.
O digital pode ser, quase sempre, mais prático! Mas não melhor!
Explicando jecamente: analógico = mundo real enquanto digital = mundo fatiado em amostras.
Explicando tecnicamente: analógico = contínuo ou discreto enquanto digital = descontinuo ou indiscreto.
É simples: máquinas digitais como computadores, relogios, celulares, etc, tem memória mas essa memória é finita e dividida em pequeníssimas partes, pequeníssimas mas divididas. Ao contrário, o mundo físico parece ter limites que tendem ao infinito.
No caso do som, quando é digitalizado ele precisa ser fatiado por unidades de tempo e por mais que se fatie é impossível pegar tudo, mas só se pegam algumas fatias. Por isso o que se tem no final é um modelo matemático simplificado que não é igual ao real mas sim parecido. Isso sem levar em consideração formatos compactados como o mp3 e outros que simplificam ainda mais e consequentemente se afastam mais do real.
Os aparelhos que reproduzem sons a partir de mídias digitais como CD ou mp3 possuem circuitos que desconvertem dos dados digitais (as fatias numéricas) para valores físicos, voltagens que podem ser amplificadas e levadas para os falantes porém esse sinal resultante não é (apesar de na teoria ser possível) igual ao original)
Aí pode-se pensar, então vinil é a melhor escolha pela qualidade!
E é aí que eu digo que vem a meia enganação! Pois isso só seria verdade se voltassemos mais no tempo e além de gravar novamente em vinil jogássemos fora os computadores - calma - só os do estúdio. 
Eis o raciocínio um som convertido para formato digital numca mais será produzido exatamente igual ao original. Nos estúdios atuais se usa computadores para criação, edição, masterização, e outras coisas, tudo obviamente digital. Portanto quando essas músicas editais em computadores digitas forem gravadas em mídias analógias a qualidade será praticamente a mesma do CD já que o sinal não é igual ao original.
Eu digo meia enganação porque ainda assim, existem algumas vantagens, mesmo se utilizando computadores para edição e tudo mais. É que na reprodução do vinil é tudo analógico, digo, a amplificação do som e isso ainda tem várias vantagens técnicas em relação a volume principalmente.
O perfeito é se não se utilizasse computadores nas música que fossem ser gravadas em vinil ou pelos não computadores digitais. Sim existem computadores analógicos mas são muito diferentes do  que estamos acostumados hoje e praticamente não existem mais. Quem sabe surjam novas indústrias que produzam computadores analógicos capazes de editar música.
Ou talvez os profissionais simplesmente abandonem seus Pro-Tools e Fruitloops, tal tal tal, e voltem aos velhos tempos?
É ruim heim!?